Não, ele não tinha mesmo o direito de fazer isso comigo. A culpa é sim, minha. Conheci esse garoto quando ele ainda tinha treze anos de idade e ainda tinha um pouco de sanidade na hora de pensar no que fazer, por que fazer. Prometi a mim mesmo um futuro super legal e convidativo, mas eu simplesmente “deixo você ir”. Deixo ele ir com aquela turma que fuma e passa as madrugadas em lugares da vida, que ficam e desficam, onde falta a ecleticidade e a articulação. Onde tudo são risos e onde a vida é uma piada. Onde “eu apenas quero concluir meu ensino médio”…
Às vezes eu me culpo por ter perdido aquele Gabriel que ainda queria ser médico. Mas será realmente que eu apenas o deixei escapar, ou não fui o bastante? Eu tenho essa mania de querer conseguir tudo o que quero, e meu fracasso se resume em Gabriel Neves. Houveram dois em mil, que não se apaixonaram por esse rostinho aí em cima. Será que eu não sou bonito o bastante pra ele? Será que eu sou só mais uma bicha louca apaixonada por alguém que está a uma distância grande o bastante pra se tornar inalcançável? Venho procurando há meses, quase anos, meu erro…
Venho comentando com amigos o costumeiro motivo… “Meu Deus, roubaram o Gabriel de mim! Se ele tivesse seguido meus passos ele seria um menino tão mais articulado!”
Porque eu abandonei você? Porque eu fiquei complexado? Eu me sentia realmente encabulado, eu achava que eu te enchia o saco no msn, e ainda acho, pelo fato de você não me responder mais!
Como sou idiota, era pra eu ter enchido o saco dele até ele chegar a mim e perguntar “que é que foi?” Deus, o que será que veio de mim? O erro ou o problema?
EIS A QUESTÃO
Mas agora, parece ser tarde. Claro que eu não vou chegar pra ele e dizer “pare de fazer tudo o que está fazendo e venha para junto de mim!”… Eis a razão da minha derrota, eu deixei as coisas amadurecerem a tal ponto que se tornaram irrecuperáveis.
E, meu relacionamento com Gabriel Neves se resume em:
Não converso mais com ele, não que tenha acontecido um desentendimento, só faço isso pra ser o menos incoveniente possível. Mas confesso que ainda sinto um afeto enorme pelo garoto-veneno. Ele é a minha moda eterna, sabem?
Mas me esforcei muito pra tirá-lo da minha cabeça, pra tirá-lo de meus planos… E acho que não vou pegar esses esforços, amassar e jogar no lixo. Temos outras coisas a resolver, e seria mais prudente dar prioridade às mesmas 😉